Quando tudo articula inútil, os ventos incomodam os olhos e todo esforço não inspira poesia, é hora dos casulos darem chances às borboletas. Dentro, fora... essa confusão desleal que fazem desengonçadas porém bonitas em cada vôo; o impulso vital distribuído do lado de dentro.
As mesmas que surgem e se esvaecem todo dia por aí - ciclo vicioso. Poucas são as que, presas entre os dedos, empalham-se numa imortalidade visual dentro de um vidro pra enfeitar paredes ou corações. Há ainda as que ficam presas nas teias do tempo, mas as mais bonitas são as que sabem morrer... porque há beleza até na morte, quando se sabe decorar a memória.
O som inspirador:
Memórias - Pitty.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
(...)
Distraidamente resistindo aos duros golpes que esses dias tem lhe dado. De tão sozinha, solidão fez companhia.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
' Segue o seco sem secarque o caminho é seco sem sacar.
O dia inspira um sol bonito de se ver depois de uma noite longa de chuva que me alcançou pela janela distraidamente aberta. Tem sido assim - o alcance na distração, já que sabida dos acontecimentos tenho me abrigado bem não fossem os detalhes relapsos. Caetano me acordou hoje só pra dizer que talvez haja entre nós o mais total interdito. Deve ser isso mesmo!
p.s: ainda preciso de ajuda pra secar a casa, deixei pra lá essa coisa Maria Rita de a chuva já passou por aqui e eu mesma quem cuidei de secar. rs
p.s: ainda preciso de ajuda pra secar a casa, deixei pra lá essa coisa Maria Rita de a chuva já passou por aqui e eu mesma quem cuidei de secar. rs
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
' Auto-sabotagem.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
' Contos inacabados de 2009
Sonhei coisas terríveis na última noite. Engraçado poucos dias antes ter gabado a ausência de pesadelos descontinuando a sequência de insônias. A velha faísca esquecida esperando por um incêndio. Todas as borboletas encasuladas esperando somente por esse tempo de povoarem novas um corpo cheio de ânsias.
Aquela paisagem interminável que passava ligeira pela janela e suspeitosamente nunca acabaria, estava longe de fazer encontro desses passos que dentre muitas expectativas carregavam saudades, sorrisos e um par de medos e fobias. Por quê corres para o lado contrário? Por quê mudastes este roteiro fixo do qual não me negaria protagonizar por estes muitos anos que ainda me sobram? Ah se soubesses como acordo te abraçando ainda de olhos fechados!
Ensaio todo dia como seria conviver assim contigo e conto os dias. Mas deixa eu dizer que acampo no seu quintal e durmo no tapete da porta até que voltes desses caminhos incertos para contracenar comigo este filme ainda sem final feliz.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
' All(sem)CIA.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
' Sen ti do(r).
Se digo que entendo estes processos, acreditas? Acontece assim: numa manhã de qualquer dia da sua pseudo-existência você vai acordar e mudar o gosto musical, a idéia fixa de que pessoas precisam ter caráter e quem sabe até de opção sexual. Então deixa eu te contar como é acordar disso antes que fique tarde. O que fica de verdade é sempre antigo e geralmente cheio dessa poeira do esquecimento... e provar esse féu que lhe é oferecido a todo momento é puro capricho da experiência que não se precisa ter. O álcool, as boas noites em boas companhias, e toda essa liberdade, proporcionam todo dia um 'pra sempre' absurdamente sensível ao sol - já se amanhece sozinho até de si - mero exercício pra passar o tempo. Quando tudo parece exigir sentido, faço um arranjo dos riscos só pra ter ciência dos danos. Por uma distração mínima, repetindo de olhos fechados: sentido, sentido, sentido, desdobram-se duras possibilidades, sentido, sentir dor, sem ti,dor. Compreendes?
sábado, 2 de outubro de 2010
' Ca(fé).
Adoçou o café como quase nunca costumava fazer, sem medidas exatas. O que queria agora era que de gole em gole, todo aquele exagero adocicado, adoçasse também a vida e pudesse começar da parte meio amarga que escondia-se do lado de dentro.
Que seja doce, que seja doce, que seja doce... e assim por diante.
Caio Fernando de Abreu
Que seja doce, que seja doce, que seja doce... e assim por diante.
Caio Fernando de Abreu
domingo, 26 de setembro de 2010
' é!
Tivesse passado pela cabeça uma vez na vida que esse nó cego e apertado não daria trégua um só dia, venderia sonhos enlatados pra poder ficar ao lado teu enquanto nosso pra sempre durasse. Essa alma maltratada de quereres, que te busca em cada pedaço dessas 24 horas que consegue viver sem boas noites de sono porque já não tem encontrado paz em sonhar tudo que queria enxergar de olhos bem abertos; de carne, ossos, defeitos e qualidades...
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
' Quilo(metros).
Tinha pressa para consumir mais três lances de escadas fugindo da multidão que descia a peixes mortos pela correnteza daquelas rampas que nunca pareciam chegar ao fim. Era tanta ansiedade do lado de dentro daquele peito ofegante de término do dia, que chegava a queimar quando a mente trabalhava para descrever sensações. Naquela turbulência de coisas emergentes, alcançava o fim da pequena jornada como o maior dos vencedores de maratona que estava por cruzar a chegada. Subtamente percebe a teia que acabara mais uma vez por tecer: passaria quem sabe mais trezentos dias repetindo esse percurso que traçara na cabeça tempos antes e já havia dobrado meses e completado anos. No fim de cada dia arrancava nas unhas o produto daquele esforço ainda não findado como um novo motivo pro dia seguinte. Já tinha tudo pronto. Comeria outros dias, digeria meses e engordaria anos, mas era com o sabor mais doce de menores quilômetros que adormecia anti-higiênico na boca.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
' Don't fool yourself
Tenho escrito de fora de mim com aquele medo de tropeçar no próprio passo. Com esses dias ditatorias não se pode errar, não existem segundas-chances.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
I - ' This could be the difference between what you need and what you want.
Tens noção do peso disto? Disto. É... ninguém joga este fardo pra cima esperando que um qualquer o amorteça nos ombros não. Você mira, você calcula exatamente como fazer aquilo e boom! - lança-se a maior das sortes. Hipocrisia seria aceitar toda essa generalização. Insistir que essa necessidade egoísta só acontece porque também egoistamente o tempo todo as pequenas ausências são monstros pra uma alma mal-acostumada. Não é, não é, não é! Se ainda consigo enxergar além e se esse é o motivo da minha cegueira desnecessária e traiçoeira, temo ter pegado gosto por experimentar da lama e das nuvens todas essas vezes. Desacreditar de tudo, trancafiar-se nessa carapaça e viver só de certezas que não admitem tropeços, deslizes e abismos, é sequestro psicológico, meu bem. Mesmo os finais infelizes são dignos; tem começo e meio, e se o fim faz esquecer o meio e odiar o começo, de alguma maneira tocou - mesmo displicente - todo percurso. De cabeça nessas pontas de faca que antigamente eram intoleráveis olhando assim de dentro, tão a salvo de tudo, até que no pior dos invernos foi de se jogar naquela poça d'água fria deixando se congelar agora, do lado avesso.
sábado, 21 de agosto de 2010
' De(vã)neio.
Não dá pra terminar um quebra-cabeças sem todas as peças. Fragmentar-se é uma das leis naturais da vida, eu sei, e quebra-cabeças estão aí para serem montados e desmontados quantas vezes necessárias. O problema é que por mais que todas aquelas 1999 peças formem perfeitamente o tatear visual, algo sempre falta. A verdade é que metaforizar é o meu forte, e eu descobri que somos empresa falida, demolida num pátio industrial afastado da cidade. Poucas são as pessoas que sabem dessa existência. Crianças egoístas que não desistem dos seus brinquedos mais tortos, mais emendados, mais impossíveis. Tudo que temos é esse terreno baldio onde passeamos de mãos dadas entre escombros e lembranças de outonos e verões.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
' RE: (Sem assunto)
Os abraços não dados, a falta que sente o corpo da materialidade estupidamente impossível em certos momentos; o cheiro de cigarros, preguiça e avenidas populares; a ressaca amorosa totalmente sem culpa do dia seguinte - a embriaguez mais gostosa de se ter; o vento frio que toca cabelos e rostos num corpo de coração quentinho.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
' Keep dreaming, keep drunk.
Pés firmes em areias movediças
Afundar é tão prazeroso quanto ficar à tona nesta instável condição
Todos os segundos perdidos são também segundos vividos
Desconfio desse flutuar que me rouba realidade sem devolver sonhos
Afundar é tão prazeroso quanto ficar à tona nesta instável condição
Todos os segundos perdidos são também segundos vividos
Desconfio desse flutuar que me rouba realidade sem devolver sonhos
quinta-feira, 22 de julho de 2010
' Me abraça, Caio Fernando.
Se tiver aprendido lições (amor é pedagógico?), até aproveito e não faço tanta besteira. Mas acho que amor não é cursinho pré-vestibular. Ninguém encontra seu nome no listão dos aprovados. A gente só fica assim. Parado olhando a medida do Bonfim no pulso esquerdo, lado do coração e pensando, pois é.
Caio Fernando de Abreu.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
t' Colors
Poucas são as pessoas que conseguem ter cheiros tão coloridos. Sorrir com gosto de nuvem e barulho de tempestade - daquelas boas tempestades em que vestimos das velhas roupas largas e meias algodoadas pra tomar um café desgustando nostalgias. Talvez sejam nas veias que trafegam essas misturas tão multicolores: o coração distribui o vermelho-amor pelas artérias de maior veiculação, porque tem de sobra até pros poucos vazinhos negros de dias de domingo. O cérebro pondera as emoções com esse azul-razão pouco perceptível, afinal, de que vale botar sentido em todas as coisas?! Fluem amarelo e roxo pelos pulmões e rins afim de misturar alegria e emoção como adrenalina a todo o corpo. Resume-se no brilho mais claro daqueles sábádos de sol em que o suor obriga os poros a distribuir essas porções de bem. Não escolhe nem separa banquete dessas valiosas misturas diárias que tem de sobra... mas colore qualquer dessas terças-feiras mais cizas só por saber sorrir com olhos, boca e coração. É infinita. Sempre.
With love,
Dream On.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
' Sem ill(ana), sem blues.
Imprevisível. Imprevisível e doce. Imprevisível, doce e inesquecível. Foram assim todos os nossos encontros. Desde aquele primeiro, lembra? Aquele que jamais me faria imaginar quão mais doces seriam esses nossos últimos. Mesmo quando você é a ignorantezinha mais chata que eu conheci em toda minha vida; mesmo quando você não toma cerveja por preguiça, mesmo quando fica em hotel, mesmo quando lembra de mim na praia só pelas besteiras, quando me chama de idiota 19 vezes numa só frase e consegue me convencer que eu pouco falo sério. Mas pra quê, né? As nossas conversas de gente grande não seriam tão boas se fossem só conversas de gente grande. O problema agora é ter que despedir desses momentos. Me pegar de novo em rodoviárias comprando passagens pra felicidade ir embora junto com as mais agradáveis companhias... é injusto, tenho certeza disso! Dobro com cuidado todos os sorrisos pra guardar à salvo da minha memória traiçoeira
Don't forgive-me. E preciso te dizer: seria irremediavelmente impossível querer esquecer você. E essas boas lembrancaças estão guardadas em gavetas de alcançe fácil, pra não fazer esforço em gritar que aconteçam todas de novo.
Na casa e no coração vai ter sempre espaço.
With love, Dream On.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
' 14/06/2010
Porque quando dizes que se apaixona todo dia, e que é pela pessoa errada, te digo sem pormenores que sequer o teu formato foi desfeito daqueles nossos lençóis amassados de lembranças.
Calendário, mapa, nome, são só detalhes! No fim a gente acaba se chamando como quer, e esquece do nome que a mãe registrou, acaba se falando por telepatia e esquecendo que de acordo com os mapas, a coisa muda bastante quando espaço é algo que incomoda! Coexista comigo assim... é confortável; mas me veja várias vezes. Deixa eu acordar e olhar você dormir por umas horas, como se fosse isso o que eu faço de melhor na vida. Sinto como se devesse comemorar algo hoje. Como se tivesse dado um passo a mais, e diminuído um quilômetro desse filme que ainda não tem final feliz.
Ainda nesse assunto, Milla 'Dream On'? Que ousadia esse pseudônimo... na sua situação tu devias ser no máximo Milla 'Nightmare'... oh hell, no. Idealizar me ferra! Eu descobri que na verdade as pessoas não estão de bom humor quando acordam, que talvez tenham uns defeitos irritantes, ou façam coisas irritantes... e eu fui lá e brilhei os olhos pelos defeitos também. Arrumo mesmo umas coisas pra me desapontar, suspirar e sorrir. É tão tão bonito quando se descobre as coisas ruins e elas não parecem tãããão ruins assim. Há, estou rindo de nervoso agora.
De pé, meu amor. Eu continuo de pé! Eu lembro-a de que deve valer a pena, lembro-a que fico feliz com felicidades pequenas, lembro-a de coisas eternas e de que talvez o amor só aconteça uma vez na vida. Eu lembro-na... Bro-na.
mimimi.
Calendário, mapa, nome, são só detalhes! No fim a gente acaba se chamando como quer, e esquece do nome que a mãe registrou, acaba se falando por telepatia e esquecendo que de acordo com os mapas, a coisa muda bastante quando espaço é algo que incomoda! Coexista comigo assim... é confortável; mas me veja várias vezes. Deixa eu acordar e olhar você dormir por umas horas, como se fosse isso o que eu faço de melhor na vida. Sinto como se devesse comemorar algo hoje. Como se tivesse dado um passo a mais, e diminuído um quilômetro desse filme que ainda não tem final feliz.
Ainda nesse assunto, Milla 'Dream On'? Que ousadia esse pseudônimo... na sua situação tu devias ser no máximo Milla 'Nightmare'... oh hell, no. Idealizar me ferra! Eu descobri que na verdade as pessoas não estão de bom humor quando acordam, que talvez tenham uns defeitos irritantes, ou façam coisas irritantes... e eu fui lá e brilhei os olhos pelos defeitos também. Arrumo mesmo umas coisas pra me desapontar, suspirar e sorrir. É tão tão bonito quando se descobre as coisas ruins e elas não parecem tãããão ruins assim. Há, estou rindo de nervoso agora.
De pé, meu amor. Eu continuo de pé! Eu lembro-a de que deve valer a pena, lembro-a que fico feliz com felicidades pequenas, lembro-a de coisas eternas e de que talvez o amor só aconteça uma vez na vida. Eu lembro-na... Bro-na.
mimimi.
terça-feira, 27 de abril de 2010
' Mais uma borboleta sem asas, por favor!
Vou distribuir asas por aí, pra quem queira as fazer voar... não é bom lidar com a realidade quando se acostuma com a abstração. Alimentaria de emoções toda essa sensação de verdade que a imaginação proporciona. Borboletas! Depois de um tempo sem as sentir voando, parece que tenho contentado com a fugacidade das que cultivo nessas poucas 24 horas.
sábado, 10 de abril de 2010
' So(meu)where.
Escrevo agora porque me ocorrem milhões de idéias e lembranças ligeiramente fantasiosas sobre ti. Sem vocação para datas, escolho um lugar e um dia pra te fazer nascer no meu mundo, e te coloco numa dessas conversas bobas de noites longas e dias inteiros de sono só pra recomeçar o ciclo.
Era então um sábado... um sábado de sol, sem caminhão. Enquanto me acabava com reclames sobre os meus dias, lá estava você do meu lado, com a sua 'psicologia barata' dividindo qualquer experiência que aliviasse meus pesares. Camisa xadrez que, na época, sugeria um estilo que adotara pra alimentar uma vaidade; um boné que quase nunca parava quieto na cabeça... sumiu uma vez, duas, até decidirem te roubar de vez; e as tais canelas de fora realçando o bom gosto do que calçavas. Naquela época, fumava quase dois maços de Marlboro vermelho, porque o light mataria muito lentamente. Bebia vodka porque não existe cerveja com gosto bom, e tinha um passado cheio de carnavais fora de época. Sempre gostou de Caetano, e depois de algumas coisas seletas e mais pesadas, mas sempre Caetano. Nas nossas idas e vindas a milhares de lugares com essa afinidade que surgira despercebida, só cheguei a me preocupar no dia em que acordei contigo do meu lado, levantando pra ir embora como quem tivesse hora pra chegar em casa. E nunca teve. Talvez tenha sido esse dia, que eu tenha acordado não só pra o quanto havia passado a confiar em você, mas no quanto havia se instalado no meu pequeno mundo...
Fazer média é o seu forte, nem sei se sabes disso, mas conquistar as mães junto dos filhos é quase jogo baixo. Dividimos até parentesco uma época! Sonhamos com a mega sena enquanto você só sabia ressaltar que se tivessemos bilhetes premiados, fumaria do cigarro mais fraco, beberia cerveja sem álcool e, largado na areia, viraria carvão em Ibiza... já não queria morrer cedo se fosse assim.
Nossos bilhetes nunca foram os premiados. Hoje você fuma Carlton, mas como dizes: só por uma questão de sabor, já que passastes pelo Hollywood e a quebradeira havia melhorado. Aquele boné sumido, esquecido e roubado, foi substituído por cachos de um cabelo grande que cultivas pra ocupar a cabeça e esconder as idéias. A barba já não é aparada com frequência porque ela virou o charme do conjunto cabelo-bigode. E é um charme! Ganhou uns quilos pra poder reformar calças de bazar e caber justo dentro delas. Sumiu de mim como some de todo mundo, porque precisa de espaço pras idéias fluírem teus versos impactantes que fazem inveja à minha prosa, conserva essa vida secreta que te deixa tão mais interessante de se conhecer e gostar. Tem um apelido que brinca com as letras e a fonética: Somewhere. Só meu where. Somewhere... e faz jus ao significado: ninguém tem o endereço de lá.
With love,
Dream On.
terça-feira, 6 de abril de 2010
sábado, 3 de abril de 2010
' Uma prosa de versos
De reclamar da sorte,
Da morte,
Da flexão do verbo,
Das coisas incertas
Dos meus falhos versos
Que a prosa vence,
Sem esforços
Da vida besta que nunca acontece
E da vida-morte:
A que nunca se explica
Da falta de embriaguez
De sorrisos e afeto
Do carinho comprado no quilo
De não levar nada, e...
De ser sempre passageiro
Desse colorido primavera
Em preto e branco
Que todos verão
Outono ou inverno.
Da morte,
Da flexão do verbo,
Das coisas incertas
Dos meus falhos versos
Que a prosa vence,
Sem esforços
Da vida besta que nunca acontece
E da vida-morte:
A que nunca se explica
Da falta de embriaguez
De sorrisos e afeto
Do carinho comprado no quilo
De não levar nada, e...
De ser sempre passageiro
Desse colorido primavera
Em preto e branco
Que todos verão
Outono ou inverno.
quarta-feira, 31 de março de 2010
' SaMilla
Limitado e abobalhado, SER-humano façeiro
Sente no peito as limitações de uma mente pensante
E o coração palpita até de desespero.
Antes nunca, do que tarde
Com essa vaidade que consome
Pra quem prega perfeição, mas não vale nem o que come.
Abusa de dia do bordão
De noite, abobalhado fica insone
Acorda do não-sono ignorando
A peste, a desgraceira e o seu nome
E embrenha no caminho do anão
Onde o teto fica perto e o céu longe
(Em parceria com http://overmeverde.blogspot.com/ )
Sente no peito as limitações de uma mente pensante
E o coração palpita até de desespero.
Antes nunca, do que tarde
Com essa vaidade que consome
Pra quem prega perfeição, mas não vale nem o que come.
Abusa de dia do bordão
De noite, abobalhado fica insone
Acorda do não-sono ignorando
A peste, a desgraceira e o seu nome
E embrenha no caminho do anão
Onde o teto fica perto e o céu longe
(Em parceria com http://overmeverde.blogspot.com/ )
terça-feira, 23 de março de 2010
' Estou esperando visita, tão impaciente e aflita.
Estou longe daquelas inspirações antigas sobre amor, por mais que seja sobre ele que eu jamais saberei discorrer da maneira como me acontece. Alguma coisa se perdeu em mim; pote de vidro que cai pelo chão e teus pequenos pedaços agora desconexos. Senti vergonha da respiração pesada, com aquele olhar baixo e consciente pra assumir que essa tristeza mora sem ter licença pra ficar. Nessa desconfortável sensação, estou perseguida do medo absurdo de decepcionar os teus olhos quando souberes que sou assim incompleto de algo sempre... e que a minha casa - tão povoada desses intrusos inquilinos - reside no vento. Tem espaço aqui. Talvez tenha tanto espaço, que já não ande nesses dias tão preocupada com a sua presença-ausência, mas com o que farás com esse meu eu tão permanentemente mutável. Vou tomar dois goles de você. Já estou cheia de mim.
With love, Dream On.
With love, Dream On.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Oh hell, no!
Descobri que existe uma diferença entre estar apaixonado (que é quase adoecer), e desiludir-se (que é quase o mesmo que cair de um precipício e sobreviver pra contar como a queda doeu).
De sobrevivente só me restou adoecer.
É.
De sobrevivente só me restou adoecer.
É.
terça-feira, 9 de março de 2010
' (F)alta
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
' Sede. Cedi.
De pé com o olhar distante e meia dúzia de cigarros no bolso, espera por qualquer coisa que venha de qualquer direção. A cabeça inclinada observa todos os ângulos de maneira tão aleatória, que seria impossível saber se o que parece vir breve e necessário é o próximo ônibus ou um próximo, próximo. Já não usa aquelas calças rasgadas cheias de memórias, porque qualquer desses momentos remeteriam a algo que nunca vem. Pode viver pra sempre nessas esperas, enquanto nenhuma delas lhe venha parecer inútil. Já tinha saltado todos os seus precipícios e precisava pisar naquelas nuvens confortáveis da volta. Ainda de pé, passaria toda a vida entregue ao tempo, porque sentar pareceria confortável demais, e não podia esquecer os caminhos tortuosos que traçara até ali. Leva no bolso farelos de coração emaranhado de inspirações e um pedaço de céu. Cansou de alugar seu império sentimental, procura um comprador.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
' De milkshakes a mistakes.
Sê feliz com o pedaço de céu que te compraram.
O meu parece sempre demasiado pequeno por caber no bolso.
O meu parece sempre demasiado pequeno por caber no bolso.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
' She loves you? no, no, no.
Vou escrever sobre você mesmo. É. E por quê não afinal? Esconder de mim que eu tenho pensado nisso tudo como a minha possibilidade de paz é inegável. Passei tanto tempo estando em paz com a minha própria companhia, e ver isso não bastar é quase odioso. Nem sei se sabes que existo e que espero por qualquer coisa tua. Na verdade, que existo sabes bem... que existes em mim é que ainda tenho dúvidas de teu conhecimento. Tenho acreditado em qualquer coisa que me remeta a esperanças tuas, e eu nem era assim. Coisa inútil ler horóscopos, acreditar em pares de horas iguais, ou nas músicas que sequer chegou a me contar que gostavas de ouvir. Paixão. Se o amor é o ridículo da vida, apaixonar-se deve estar abaixo disso. Mas sabe que esse quase platonismo é até engraçado? É assim... eu acordo, penso que o tempo está passando rápido demais e que você não tem vindo, mas que qualquer dessas poucas pistas que deixas por aí, pode ser o passo que preciso pra chegar até você. Aí o dia acaba, nada mudou nas minhas 14 horas de espera, e o nosso encontro mais próximo e mágico está para acontecer... em sonhos. E começa tudo de novo. Tudo não, porque às vezes demoro tanto de saber o que é realidade e o que foi sonho, que vez em quando fico feliz por várias horas até entender que tem coisas existindo só na minha cabeça. Não é um problema, sabe? Eu vivo dessas ilusões, ou emoções, ou retalhações que traz a vida. Disposição pra morrer por isso é que não tenho. Lançei a minha sorte no vento, e ela chegou até você - ainda que não saibas - querendo ficar. Deixa fazer tempestade agora.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
O futuro não tem cheiro. Na verdade não tem cor nem forma, apesar de que a gente constrói a base sempre pensando na beleza das coloridas paredes que se erguerão simpáticas a um cotidiano. Das minhas brancas paredes não nego grandes recordações, mas é preciso cor, e é preciso forma, e é preciso cheiro pra que as coisas existam. E são todas essas emoções sinlenciosas e abafadas que gritam quando falo sobre você desse jeito pra mim. Pode vir dar um sentido qualquer a isso. Eu aprecio o abstrato; sei também apreciar as complexas formas de um realista obscecado por perfeição. Existir assim sem um início e sem um fim ainda que o faça abstrato, geométrico, azul, vermelho, verde é que é o problema... com essa minha alma technicolor.
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