quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
' Sede. Cedi.
De pé com o olhar distante e meia dúzia de cigarros no bolso, espera por qualquer coisa que venha de qualquer direção. A cabeça inclinada observa todos os ângulos de maneira tão aleatória, que seria impossível saber se o que parece vir breve e necessário é o próximo ônibus ou um próximo, próximo. Já não usa aquelas calças rasgadas cheias de memórias, porque qualquer desses momentos remeteriam a algo que nunca vem. Pode viver pra sempre nessas esperas, enquanto nenhuma delas lhe venha parecer inútil. Já tinha saltado todos os seus precipícios e precisava pisar naquelas nuvens confortáveis da volta. Ainda de pé, passaria toda a vida entregue ao tempo, porque sentar pareceria confortável demais, e não podia esquecer os caminhos tortuosos que traçara até ali. Leva no bolso farelos de coração emaranhado de inspirações e um pedaço de céu. Cansou de alugar seu império sentimental, procura um comprador.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Só ceda à sede quando for pra se saciar. E então seque tudo, até a última gota.
ResponderExcluir__adorei os escritos!
Um bjo!
"Pode viver pra sempre nessas esperas, enquanto nenhuma delas lhe venha parecer inútil."
ResponderExcluirAdorei, gatã.
É Kamilla, a vida não esta facil. Mas calma, você sabe tão bem quanto eu, que um dia tudo vai se acertar.
ResponderExcluirTem hora que a gente cansa de mudar de casa e decide financiar a nossa própia...
ResponderExcluirbjim e bom texto