segunda-feira, 30 de agosto de 2010

I - ' This could be the difference between what you need and what you want.

Tens noção do peso disto? Disto. É... ninguém joga este fardo pra cima esperando que um qualquer o amorteça nos ombros não. Você mira, você calcula exatamente como fazer aquilo e boom! - lança-se a maior das sortes. Hipocrisia seria aceitar toda essa generalização. Insistir que essa necessidade egoísta só acontece porque também egoistamente o tempo todo as pequenas ausências são monstros pra uma alma mal-acostumada. Não é, não é, não é! Se ainda consigo enxergar além e se esse é o motivo da minha cegueira desnecessária e traiçoeira, temo ter pegado gosto por experimentar da lama e das nuvens todas essas vezes. Desacreditar de tudo, trancafiar-se nessa carapaça e viver só de certezas que não admitem tropeços, deslizes e abismos, é sequestro psicológico, meu bem. Mesmo os finais infelizes são dignos; tem começo e meio, e se o fim faz esquecer o meio e odiar o começo, de alguma maneira tocou - mesmo displicente - todo percurso. De cabeça nessas pontas de faca que antigamente eram intoleráveis olhando assim de dentro, tão a salvo de tudo, até que no pior dos invernos foi de se jogar naquela poça d'água fria deixando se congelar agora, do lado avesso.

sábado, 21 de agosto de 2010

' De(vã)neio.

Não dá pra terminar um quebra-cabeças sem todas as peças. Fragmentar-se é uma das leis naturais da vida, eu sei, e quebra-cabeças estão aí para serem montados e desmontados quantas vezes necessárias. O problema é que por mais que todas aquelas 1999 peças formem perfeitamente o tatear visual, algo sempre falta. A verdade é que metaforizar é o meu forte, e eu descobri que somos empresa falida, demolida num pátio industrial afastado da cidade. Poucas são as pessoas que sabem dessa existência. Crianças egoístas que não desistem dos seus brinquedos mais tortos, mais emendados, mais impossíveis. Tudo que temos é esse terreno baldio onde passeamos de mãos dadas entre escombros e lembranças de outonos e verões.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

' RE: (Sem assunto)


Os abraços não dados, a falta que sente o corpo da materialidade estupidamente impossível em certos momentos; o cheiro de cigarros, preguiça e avenidas populares; a ressaca amorosa totalmente sem culpa do dia seguinte - a embriaguez mais gostosa de se ter; o vento frio que toca cabelos e rostos num corpo de coração quentinho.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010


Amor veja bem... arranjei alguém chamado saudade!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

' Keep dreaming, keep drunk.

Pés firmes em areias movediças
Afundar é tão prazeroso quanto ficar à tona nesta instável condição
Todos os segundos perdidos são também segundos vividos
Desconfio desse flutuar que me rouba realidade sem devolver sonhos