terça-feira, 27 de abril de 2010

' Mais uma borboleta sem asas, por favor!

Vou distribuir asas por aí, pra quem queira as fazer voar... não é bom lidar com a realidade quando se acostuma com a abstração. Alimentaria de emoções toda essa sensação de verdade que a imaginação proporciona. Borboletas! Depois de um tempo sem as sentir voando, parece que tenho contentado com a fugacidade das que cultivo nessas poucas 24 horas.

sábado, 10 de abril de 2010

' So(meu)where.


Escrevo agora porque me ocorrem milhões de idéias e lembranças ligeiramente fantasiosas sobre ti. Sem vocação para datas, escolho um lugar e um dia pra te fazer nascer no meu mundo, e te coloco numa dessas conversas bobas de noites longas e dias inteiros de sono só pra recomeçar o ciclo.
Era então um sábado... um sábado de sol, sem caminhão. Enquanto me acabava com reclames sobre os meus dias, lá estava você do meu lado, com a sua 'psicologia barata' dividindo qualquer experiência que aliviasse meus pesares. Camisa xadrez que, na época, sugeria um estilo que adotara pra alimentar uma vaidade; um boné que quase nunca parava quieto na cabeça... sumiu uma vez, duas, até decidirem te roubar de vez; e as tais canelas de fora realçando o bom gosto do que calçavas. Naquela época, fumava quase dois maços de Marlboro vermelho, porque o light mataria muito lentamente. Bebia vodka porque não existe cerveja com gosto bom, e tinha um passado cheio de carnavais fora de época. Sempre gostou de Caetano, e depois de algumas coisas seletas e mais pesadas, mas sempre Caetano. Nas nossas idas e vindas a milhares de lugares com essa afinidade que surgira despercebida, só cheguei a me preocupar no dia em que acordei contigo do meu lado, levantando pra ir embora como quem tivesse hora pra chegar em casa. E nunca teve. Talvez tenha sido esse dia, que eu tenha acordado não só pra o quanto havia passado a confiar em você, mas no quanto havia se instalado no meu pequeno mundo...
Fazer média é o seu forte, nem sei se sabes disso, mas conquistar as mães junto dos filhos é quase jogo baixo. Dividimos até parentesco uma época! Sonhamos com a mega sena enquanto você só sabia ressaltar que se tivessemos bilhetes premiados, fumaria do cigarro mais fraco, beberia cerveja sem álcool e, largado na areia, viraria carvão em Ibiza... já não queria morrer cedo se fosse assim.
Nossos bilhetes nunca foram os premiados. Hoje você fuma Carlton, mas como dizes: só por uma questão de sabor, já que passastes pelo Hollywood e a quebradeira havia melhorado. Aquele boné sumido, esquecido e roubado, foi substituído por cachos de um cabelo grande que cultivas pra ocupar a cabeça e esconder as idéias. A barba já não é aparada com frequência porque ela virou o charme do conjunto cabelo-bigode. E é um charme! Ganhou uns quilos pra poder reformar calças de bazar e caber justo dentro delas. Sumiu de mim como some de todo mundo, porque precisa de espaço pras idéias fluírem teus versos impactantes que fazem inveja à minha prosa, conserva essa vida secreta que te deixa tão mais interessante de se conhecer e gostar. Tem um apelido que brinca com as letras e a fonética: Somewhere. Só meu where. Somewhere... e faz jus ao significado: ninguém tem o endereço de lá.

With love,
Dream On.

terça-feira, 6 de abril de 2010

(empty)

A tempestade começa de dentro pra fora... só de pensar em você.

sábado, 3 de abril de 2010

' Uma prosa de versos

De reclamar da sorte,
Da morte,
Da flexão do verbo,
Das coisas incertas
Dos meus falhos versos
Que a prosa vence,
Sem esforços
Da vida besta que nunca acontece
E da vida-morte:
A que nunca se explica
Da falta de embriaguez
De sorrisos e afeto
Do carinho comprado no quilo
De não levar nada, e...
De ser sempre passageiro
Desse colorido primavera
Em preto e branco
Que todos verão
Outono ou inverno.