terça-feira, 5 de outubro de 2010

' Sen ti do(r).

Se digo que entendo estes processos, acreditas? Acontece assim: numa manhã de qualquer dia da sua pseudo-existência você vai acordar e mudar o gosto musical, a idéia fixa de que pessoas precisam ter caráter e quem sabe até de opção sexual. Então deixa eu te contar como é acordar disso antes que fique tarde. O que fica de verdade é sempre antigo e geralmente cheio dessa poeira do esquecimento... e provar esse féu que lhe é oferecido a todo momento é puro capricho da experiência que não se precisa ter. O álcool, as boas noites em boas companhias, e toda essa liberdade, proporcionam todo dia um 'pra sempre' absurdamente sensível ao sol - já se amanhece sozinho até de si - mero exercício pra passar o tempo. Quando tudo parece exigir sentido, faço um arranjo dos riscos só pra ter ciência dos danos. Por uma distração mínima, repetindo de olhos fechados: sentido, sentido, sentido, desdobram-se duras possibilidades, sentido, sentir dor, sem ti,dor. Compreendes?

sábado, 2 de outubro de 2010

' Ca(fé).

Adoçou o café como quase nunca costumava fazer, sem medidas exatas. O que queria agora era que de gole em gole, todo aquele exagero adocicado, adoçasse também a vida e pudesse começar da parte meio amarga que escondia-se do lado de dentro.





Que seja doce, que seja doce, que seja doce... e assim por diante.
Caio Fernando de Abreu